Artrites Psoriáticas em Florianópolis/SC

O termo artrite corresponde a um processo inflamatório articular, de qualquer causa. A artrite psoriásica é o envolvimento articular da psoríase. A psoríase é uma doença cutânea bastante frequente, comumente manifesta por placas eritematosas (avermelhadas) e descamativas, embora possa se manifestar de diversas formas. Embora a maior parte dos portadores de psoríase apresente apenas manifestações cutâneas, em 5 a 20% dos casos a doença acomete também articulações e inserções tendíneas e ligamentares, chamadas enteses.

Embora geralmente o envolvimento cutâneo seja a primeira manifestação da doença, alguns pacientes desenvolvem concomitantemente as manifestações articulares e cutâneas e, em um número menor de casos, a artrite precede as lesões de pele. A artite pode se desenvolver mesmo que o envolvimento cutâneo seja muito leve ou que já não esteja ativo. Em alguns pacientes, a única manifestação cutânea é o envolvimento das unhas e certos pacientes podem não ter nenhum envolvimento de pele – nesses casos geralmente há história familiar de psoríase.

Qualquer articulação pode ser acometida pela artrite psoriásica. As articulações acometidas geralmente apresentam dor, aumento de volume e redução da mobilidade. A dor e a rigidez costumam ser mais intensos após períodos de repouso, particularmente ao despertar e podem se tornar muito limitantes. Caso não tratado, o processo inflamatório crônico destrói gradualmente as articulações, resultando em sequelas irreversíveis.

O acometimento das inserções de tendões e ligamentos, chamado entesite, causa dores articulares e fasceíte plantar e, da mesma forma, se não tratado, resulta em dores, rigidez e sequelas. Por vezes, a entesite pode ser confundida com tendinites e tendinopatias de outras causas, mas, ao contrário das tendinites de causas mecânicas, que tendem a ser autolimitadas, a ensetite da artrite psoriásica é caracterizada pela persistência dos sintomas por longos períodos.

Tendões e suas bainhas tendíneas também podem ser afetados pela artrite psoriásica, processo denominado tenossinovite, resultando em dor e limitação. Nos casos de envolvimentos das mãos, pode haver dedos em gatilho.

A artrite psoriásica também pode envolver as articulações do chamado esqueleto axial (a articulação sacroilíaca e as articulações da coluna), resultando em dor lombar, dorsal ou cervical. Os pacientes que apresentam esse tipo de manifestação costumam ter dor mais intensa ao acordar, geralmente acompanhada por grande dificuldade de movimentação do tronco. Muitas vezes a dor pode ser intensa a ponto de despertar o paciente. Caso não tratado, esse tipo de envolvimento pode resultar em perda progressiva da mobilidade do tronco.

Os olhos também podem ser afetados na artrite psoriásica, resultando em sintomas como dor ocular, sensação de corpo estranho e redução de acuidade visual (visão borrada).

Processos inflamatórios crônicos não tratados resultam em grande exposição do corpo todo a substâncias (citocinas) pró-inflamatórias. Esse fenômeno pode resultar em complicações como osteoporose e doenças cardiovasculares. O aumento de risco de aterosclerose e de suas manifestações, incluindo infarto do miocárdio e AVC, é característico da artrite psoriásica, constituindo-se em importante complicação dessa doença, prevenível com o tratamento adequado.

O diagnóstico da artrite psoriásica é eminentemente clínico, dependendo de criteriosa avaliação dos sinais e sintomas de cada paciente. Exames laboratoriais e exames de imagem, incluindo radiografias, ultrassonografia e ressonância magnética também auxiliam no diagnóstico. Nesse contexto, a ultrassonografia realizada por médico experiente na avaliação ultrassonográfica dessa doença destaca-se por auxiliar o diagnóstico e permitir controle do tratamento.

Atualmente diversos medicamentos – incluindo medicamentos orais e injetáveis, sintéticos e biológicos – podem ser empregados no tratamento da artrite psoriásica, sendo a escolha determinada pelas características clínicas e pela evolução da cada paciente. O tratamento adequado, embora seja geralmente prolongado, resulta em bom controle dos sintomas, propiciando recuperação da qualidade de vida e prevenindo sequelas e complicações. O tratamento adequado dessa enfermidade exige constantes reavaliações de eficácia e possíveis efeitos colaterais, com ajustes de doses e medicamentos sempre que necessário. O tratamento adequado e precoce, além de controlar os sintomas, pode, em alguns casos, possibilitar remissão completa, inclusive com suspensão do tratamento.

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Dr. Gláucio Castro

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (1999)
  • Residência Médica em Clínica Médica e Reumatologia pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp (2003).
  • Área de Atuação em Dor
  • Pós-Graduação em Tratamento Invasivo da Dor - Einstein

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